sexta-feira, 8 de maio de 2009

Open Educacional Resources - OERs

Os “Open Educational Resources” (OER´s) chegaram e instalaram, sendo hoje suporte de inúmeros projectos desenvolvidos pelas mais reputadas Instituições de ensino no mundo.
De acordo com a Wikipedia “The term "Open Educational Resource(s)" (OER) refers to educational resources (lesson plans, quizzes, syllabi, instructional modules, simulations, etc.) that are freely available for use, reuse, adaptation, and sharing. ( http://www.wikieducator.org/OER_Handbook/educator_version_one/Introduction/Defining_OER )
Se do acrónimo se infere que são recursos educacionais, a palavra open, para os menos atentos, poderá não os identificar como isentos de encargos para os seus utilizadores. Será nesta perspectiva, a do não envolvimento de quaisquer custos, que este post se debruçará, sendo que a palavra-chave deste texto será “Sustainability” (sustentabilidade).
O termo OER é relativamente recente, data de 2002, resultando de uma reunião na UNESCO, realçando-se do relatório produzido “...are tipically made freely available over the Web on the internet...” (Wiley, David: 3), no entanto, ainda segundo o mesmo autor, os mesmos envolvem custos reais em tempo dos pessoas que os desenvolvem, em políticas de rotinas de desenvolvimento, equipamento, utilização da internet a que acresce a administração e eventual aquisição e software. Como os encargos não se reflectem no utilizador, importa pensar como será possível sustentá-los assim, dado que a sua utilização se começa a massificar, passando inclusive as fronteiras académicas e servindo de instrumento para políticas governamentais, (não só na vertente educacional), sugerindo-se a leitura do post publicado em http://www.theregister.co.uk/2009/02/25/gov_open_source/ .
Henrique Ribeiro, em http://ribeironofiel01.blogspot.com/2009/05/recursos-educacionais-abertos-alguns.html , sintetiza esta questão de forma bastante pragmática “Muito do desenvolvimento de OER tem sido concretizado com base em projectos e muitas vezes com o apoio financeiro de diferentes doadores. No entanto, é necessário assegurar a viabilidade e sustentabilidade das iniciativas dos OER no período pós-subsídio. Para serem sustentáveis, os OER devem ser integrados nas políticas, nos procedimentos e, também, nos orçamentos regulares das instituições.”. Esta visão encontrei-a também na “Cape Town Open Education Declaration”. ( http://www.capetowndeclaration.org/read-the-declaration ), incluindo-se nesta visão uma ideia interessantíssima, o suporte dos OER´s por financiamento público “Ideally, taxpayer-funded educational resources should be open educational resources.”
Por outro lado, deparei-me também com uma informação importante e que me escapava, talvez pelas razões apontadas por Sinara Duarte em http://softwarelivrenaeducacao.wordpress.com/ , “...É importante destacar que quando se fala em software livre, muitos pensam que este é sinônimo de gratuito, devido a sua origem etmológica do inglês free pode ser traduzido tanto como gratuito e como livre.. Assim, software livre não significa software gratuito. Muitos são gratuitos, como forma de divulgar o movimento de software livre. Por exemplo, o wordpress é um software de criação de blogs, que é livre, mas não é gratuito. Qualquer pessoa pode criar um blog gratuitamente, mas se desejar algumas outras funcionalidades, precisaria pagar para ter acesso (é opcional)...”. Esta questão é mais uma achega para a discussão desta temática, que certamene voltará à conversa futuramente.
Concluindo, a maior fatia de custos para projectos de software “open souce” tem a ver com as pessoas envolvidas (Wiley, David: 3), peloq eu a procura de um modelo de negócio que sutente estes ptojectos é fundamental, pelo que a visão apontada na declaração de Capetown, referida atrás, parece-me de explorar, teremos é muito possívelmente, de aguardar pela tão esperada retoma económica.

Carlos Mouta Raposo

Bibliografia:
Wiley, David "On the sustainability of Open educational Resource Iniatives in Higher Education", dispnível em www.oecd.org/edu/oer

8 comentários:

  1. Olá Carlos, apenas uma rectificação, software livre é 100% gratuito e com todas as funcionalidades disponíveis. A situação que se refere, possivelmente está relacionada com o desenvolvimento por algumas pessoas de alguns aplicativos “extra” e que os vendem, uma vez que o código dos programas é aberto.
    Relativamente à situação do wordpress, o qual utilizo à mais de 2 anos, o mesmo também é totalmente gratuito, agora algumas aplicações mais específicas, desenvolvidas por alguns programadores é que podem ser compradas, mas mais uma vez, não são necessárias ao seu funcionamento. Veja-se o caso dos templates, alguns podem ser comprados, mas existem muitos gratuitos.

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  2. Olá Carlos, eu também partilho o comentário do colega José Carlos. O Software livre,como é o exemplo de algumas ou quase todas as distribuições do Linux que estão isentas de custos de licenciamento, à excepção dos custos de suporte técnico cobrado por algumas empresas, em que os utilizadores pagam o referido suporte, isto a nível empresarial, pois para o utilizador comum basta que possua um acesso à Internet.

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  3. Caros colegas, um muito obrigado pelos vossos comentários.
    Aapesar de um pouco aprofundado conhecimento do software free (OER ou não), mas confesso que me deixam desconfiado os "almoços grátis", pelo que o meu receio passa tão somente pela contrução de um projecto suportado todo ele em OER, que de repente se encontra a braços com encargos. Não conheço caso semelhante e porventura os meus receios são infundados, mas um "plano de contingência" nunca é demais.

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  4. A sustentabilidade focada neste post é de facto uma questão central do OER's que pode ser analisada no âmbito das organizações, entre organizações, entre comunidades e / ou indivíduos e tendo em conta a actuação política.

    Actualmente muitos dos recursos educacionais abertos - OER - são gerados maioritariamente pelas universidades que recorrem aos financiamentos internos ou a outros externos. Atendendo a que as universidades abrangem todos os níveis e todas as economias existem diversas maneiras de concretizar a sustentabilidade financeira e social dos OER.

    Na análise das várias formas de financiar os OER's, Anderson (2008) aponta várias formas de gerar receitas com base nas organizações lucrativas ao passo que Guthrie et al (2008) focalizam os OER's nas instituições amplamente públicas onde o lucro não é o principal objectivo.

    Por enquanto, é evidente que todos os projectos OER ainda estão a procurar formas de financiamento e que nenhum tem o tempo suficiente para se avaliar se eles são totalmente sustentáveis financeiramente ou socialmente.

    Contudo, alguns como OpenLearn estão a fazer tudo o que se pensa ser necessário para se tornarem sustentáveis dentro de uma organzação, ao mesmo tempo que se analisa a possibilidade de poder haver actividade sustentável entre instituições e com uma comunidade mais ampla de grupos e indivíduos.

    A acção política pode contribuir ou prejudicar a sustentabilidade económica através do financiamento público e / ou a regulamentação da actividade.

    Este comentário teve como base o texto "Reflections on sustaining Open Educational Resources: an institutional case study" que pode ser consultado em: http://www.elearningeuropa.info/files/media/media16677.pdf

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  5. Olá Carlos Raposo,

    Efectivamente abordou um dos pontos fracos dos OER's, ou seja, o seu financiamento.
    Eu creio que a solução passa por donativos, fundos, apoio estatal e voluntariado, entre outros.
    Claro que numa sociedade competitiva e capitalista, custa a acreditar porque é que alguém (ou instituição de ensino) deverá dar alguma coisa de graça?! Existem bons motivos para o fazer, nomeadamente, a partilha de conhecimento e reconhecimento público, bem como, o facto de se estar a contribuir para divulgação de uma instituição de ensino.
    Eu tenho esperanças que a nova era seja caracterizada pela democratização do ensino...e quem sabe talvez ainda possamos assistir à disponibilização gratuita e livre dos OER's!

    Filomena Marques

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  6. Olá Carlos Raposo,

    Efectivamente abordou um dos pontos fracos dos OER's, ou seja, o seu financiamento.
    Eu creio que a solução passa por donativos, fundos, apoio estatal e voluntariado, entre outros.
    Claro que numa sociedade competitiva e capitalista, custa a acreditar porque é que alguém (ou instituição de ensino) deverá dar alguma coisa de graça?! Existem bons motivos para o fazer, nomeadamente, a partilha de conhecimento e reconhecimento público, bem como, o facto de se estar a contribuir para divulgação de uma instituição de ensino.
    Eu tenho esperanças que a nova era seja caracterizada pela democratização do ensino...e quem sabe talvez ainda possamos assistir à disponibilização gratuita e livre dos OER's!

    Filomena Marques

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  7. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  8. A sustentabilidade focada neste post é de facto uma questão central dos OER's que pode ser analisada no âmbito das organizações, entre organizações, entre comunidades e / ou indivíduos e tendo em conta a actuação política.

    Actualmente muito dos recursos educacionais abertos - OER - são gerados maioritariamente pelas universidade que recorrem aos financiamentos internos ou a outros externos. Atendendo a que as universidades abrangem todos os níveis e todas as economias existem diversas maneiras de concretizar a sustentabilidade financeira e social dos OER's.

    Na análise das várias formas de financiar os OER's, Anderson (2008) aponta várias formas de gerar receitas com base nas organizações lucrativas ao passo que Guthrie et al (2008) focalizam os OER's nas instituições públicas onde o lucro não é o principal objectivo.

    Por enquanto, o que é evidente é que todos os projectos OER ainda estão a procurar formas de financiamento e nenhum tem ainda o tempo suficiente para avaliar se eles são totalmente sustentáveis financeiramente ou socialmente.

    Entretanto alguns como OpenLearn estão a fazer tudo o que se pensa para se tornarem sustentáveis dentro de uma organzação, ao mesmo tempo que se verifica se pode haver actividade sustentável entre instituições e com uma comunidade mais ampla de grupos e indivíduos.

    A política pode ajudar ou prejudicar a economia através do financiamento público e/ou a regulamentação da actividade.

    Este comentário teve como base o texto "Reflections on sustaining Open Educational Resources: an institutional case study" que pode ser consultado em: http://www.elearningeuropa.info/files/media/media16677.pdf

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